Alergia é uma reação do sistema imunológico contra uma substância normalmente inofensiva.
Alergia – Conceitos gerais
O que é alergia?
O sistema imunológico funciona como um mecanismo de defesa contra uma série de diferentes substâncias presentes no ar, tais como vírus, fungos e bactérias.
No entanto, algumas vezes, o sistema imunológico trata as substâncias inofensivas como agente invasor em desejar, e tenta combatê-las provocando uma reação exagerada. Essa reação exagerada do sistema imunológico é uma reação alérgica.
O que é um Alérgeno?
Alérgenos são substâncias geralmente inofensivas que provocam uma reação exagerada do sistema imunológico em alguns indivíduos. Exemplos de alérgenos respiratórios mais conhecidos: ácaros (principalmente alérgenos presentes na poeira), pólen, fungos (mofo) e pêlo de animais domésticos.
Como ocorre uma reação alérgica?
Ao reconhecer um alérgeno, o imunológico passa a produzir grandes quantidades de um anticorpo denominado IgE, que é específico para o alérgeno. A IgE tem uma grande capacidade de se ligar a superfície de uma célula chamada mastócito. Cada vez que o indivíduo tem um novo contato com o alérgeno, a IgE reconhece este alérgeno e por sua vez leva o mastócito a liberar uma série de substância, dentre as quais a mais conhecida é a histamina. Essas substâncias provocam uma inflamação no local onde foram liberadas, e esse processo inflamatório é o responsável pelas manifestações clínicas das diversas formas de alergias.
Qualquer pessoa pode apresentar uma alergia?
Não sabe ao certo porque algumas substâncias provocam alergia e outras não, ou porque nem todas as pessoas manifestam reações alérgicas após o contato com alérgeno. O que se sabe é que as alergias têm um componente genético importante. Portanto, uma história familiar de alergia é o fator mais importante que predispõem um indivíduo apresentar um processo alérgico. Estima-se que o risco de uma pessoa apresentar alergia quando um dos pais é alérgico é de 40% aumentado para 70%, caso ambos os pais tenham algum tipo de alergia.
Alergia respiratória
O que é alergia respiratória?
trata-se de alergia que afeta as vias aéreas (que é o caminho que o ar segue durante a inspiração até chegar aos pulmões, começando pelo nariz). O revestimento das vias aéreas é muito semelhante em sua estrutura e é afetado de forma semelhante por processos alérgicos. Dessa maneira, reações alérgicas que afetam o nariz também podem acometer os pulmões e vice-versa. As principais formas de alergia respiratória são a asma e a rinite.
Asma e bronquite são a mesma coisa?
Sim. A asma é uma doença respiratória crônica, caracterizada pela inflamação dos brônquios. essa inflamação provoca um estreitamento das vias aéreas, tornando difícil a passagem do ar pelos pulmões, levando a sintomas como falta de ar, chiado, aperto no peito e tosse. Uma crise de asma pode ser desencadeada por alérgenos (como ácaros, mofo) ou por irritantes (como a fumaça de cigarro, a frio, poluição e odores fortes). Embora o termo bronquite alérgica não seja usado cientificamente, é uma expressão Popular que acabou se tornando sinônimo de asma desencadeada por alérgenos.
Como saber se eu tenho rinite?
A rinite alérgica é a forma mais comum de alergia, a população, e sendo caracterizada por um processo inflamatório da mucosa nasal. Os principais sintomas da rinite alérgica são: coriza (nariz escorrendo), obstrução nasal, Espirros e coceira no nariz e na garganta. A exposição contínua a alérgenos leva o indivíduo a manifestar esses sintomas quase que diariamente, o que Faz muitas pessoas acharem que estão “sempre resfriadas”. Além disso, fatores irritativos como perfumes, fumaça e mudança de temperatura podem agravar o quadro, desencadeando crises. Há um grupo de pacientes com rinite alérgica que apresenta pouca coceira e espirros, sendo que o sintoma mais evidente é obstrução nasal, com dificuldade de respirar à noite. Este grupo de pacientes frequentemente dorme com a boca aberta e não reconhece que tem rinite.
Existe tratamento para rinite?
Sim, atualmente dispomos de uma série de medicamentos como anti-histamínicos e corticoides tópicos nasais, que permitem um excelente controle dos sintomas na maioria dos pacientes.
Existe algum exame que permita identificar qual a substância responsável por um quadro de asma e /ou rinite alérgica?
Sim. Esses exames permitem identificar de forma direta ou indireta a IgE, que é específica para cada alérgeno, e se apresenta em níveis aumentados nos pacientes alérgicos. O teste cutâneo de leitura imediata ou Prick Test, é o método mais fácil e rápido de se avaliar a presença de específica contra determinado alérgeno, sendo realizada frequentemente no consultório médico. O teste consiste na aplicação de diferentes extratos contendo as substâncias que serão investigadas (por exemplo, ácaros, baratas, fungo, etc.) na pele do paciente, seguindo de uma leve picada que permita o contato da substância com o sistema imunológico. Nos pacientes alérgicos, observa-se A formação de uma fábula (pequena elevação na pele) após 10 ou 15 minutos, no local e em que o extrato foi aplicado. uma outra forma de se avaliar a presença de IgE específica é através do RAST, método realizado em laboratório, a partir das amostras de sangue do paciente. No entanto, é importante lembrar que apenas o resultado desses testes, sem uma história clínica compatível, não significa que o indivíduo seja alérgico.
Qual a importância de se conhecer a causa de uma alergia respiratória?
Conhecer o que provoca uma alergia é importante, pois desse modo é possível tomar medidas que afastem os alérgenos presentes no dia-a-dia paciente. Essa é a primeira etapa do tratamento. Por exemplo, sabemos que grande parte das alergias respiratórias é provocada por ácaros e outros componentes da poeira doméstica. Dessa forma, paciente com alergia a poeira e ácaros devem ser orientados a utilizar em suas casas pisos frios, cortinas leve, leves capas protetoras em colchões e travesseiros, bem como evitar bichos de pelúcia e cobertores de lã, eliminar as diversas possibilidades de contato com a poeira.
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As “bombinhas” engordam ou fazem mal ao coração?
Não. As chamadas “bombinhas” nada mais são do que dispositivos que permitem a administração direta de medicamentos do sistema respiratório. assim, a medicação não precisa ser deglutida e absorvida pelo organismo do paciente (como os comprimidos e xaropes) até chegar aos pulmões, diminuindo a quantidade de medicamento necessária para o tratamento e, portanto, a incidência de efeitos adversos. Os principais medicamentos utilizados no tratamento da asma são os broncodilatadores, que tem um papel importante no alívio dos sintomas, e os corticosteroides, que vão agir no processo inflamatório provocado pela alergia. Atualmente, existe uma série de outros dispositivos, inaladores de pó seco e nebulizador, permitindo que o médico escolha o dispositivo que se adapte melhor a cada paciente. O uso de medicamentos diretamente na via respiratória (através de “bombinhas” e outros dispositivos), é considerado hoje a “espinha dorsal” do tratamento da asma.
O que são as vacinas para alergia?
As vacinas para alergia (imunoterapia alérgeno-específica) são uma forma de tratamento que têm como objetivo diminuir a sensibilidade do paciente aos alérgenos. O tratamento envolve a injeção de quantidades crescentes de extratos alérgenos padronizados nos pacientes, durante determinado período. A imunoterapia se mostrou eficiente em controlar e prevenir o desenvolvimento das alergia, além de promover um alívio duradouro dos sintomas. Mesmo após o fim do tratamento.
Quais são as indicações e os cuidados com a imunoterapia?
A imunoterapia é recomendada apenas para casos de asma, rinite e alergia à picada de insetos, comprovados através de teste cutâneo do RAST, não sendo indicada para os casos de energia alimentar ou por medicamentos. O tratamento deve ser realizado em clínicas, consultórios ou hospitais, sempre sob supervisão de um médico especialista em alergia. Dessa forma o tratamento torna-se mais seguro, permitindo a identificação e tratamento imediato de qualquer reação adversa que possa ocorrer durante o procedimento de vacinação.