Febre amarela: saiba tudo sobre a doença que coloca a Zona Norte em estado de alerta
Transmissão da febre amarela
A febre amarela é uma doença hemorrágica viral aguda transmitida por mosquitos infectados pertencentes às espécies Aedes e Haemagogus. Um ser humano ou um primata (macaco) com o vírus é picado por um mosquito transmissor.
Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem que passa o micro-organismo para outra pessoa, que desenvolve a doença. Não é possível a transmissão direta entre pessoas e animais, e vice-versa. Os mosquitos vivem em matas e vegetações à beira dos rios.
Tipos de febre amarela
Febre amarela silvestre
Pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente. A doença é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus, são picados por mosquitos selvagens que passam o vírus para outros macacos. Ocasionalmente, os seres humanos que trabalham ou que viajam para a floresta são picados por mosquitos infectados e desenvolvem a doença. A febre amarela silvestre é transmitida através da picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Febre amarela Urbana
O vírus que causa a febre amarela é transmitido por mosquitos pertencentes às espécies Aedes(principalmente Aedes aegypti, responsável também por transmitir a zika, a dengue e a chikungunya.
Grandes epidemias ocorrem quando pessoas infectadas introduzem o vírus em áreas densamente povoadas com grande presença de mosquitos, e onde a maioria das pessoas tem pouca ou nenhuma imunidade, devido à falta de vacinação. Desde 1942, o Brasil não registra casos de febre amarela urbana.
Sintomas da febre amarela
Fase inicial (mais comum) ao longo de 3 dias;
- Dores de cabeça;
- Febre;
- Perda de apetite;
- Náuseas e vômito;
- Dores musculares, principalmente nas costas.
Fase grave
A forma mais grave da doença é rara (só uma pequena proporção de pacientes que contraem o vírus desenvolve sintomas graves), e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), sintomas que podem resultar em morte num período de sete a 10 dias.
- Febres altas;
- Pele e olhos amarelos;
- Sangramento da boca, nariz, olhos e estômago;
- Vômitos;
- Insuficiência hepática (fígado) e renal;
- Dores abdominais ;
- Hemorragias gástricas;
- Urina escura.
Diagnóstico da febre amarela
A febre amarela é difícil de diagnosticar, e o diagnóstico muitas vezes é baseado nas características clínicas do paciente, nos locais e datas de viagens (se o paciente é de um país ou área não endêmica), nas atividades e na história epidemiológica do local onde a presumida infecção ocorreu.
Geralmente, o diagnóstico por laboratório é realizado por meio de testes para detecção de anticorpos específicos. Às vezes, o vírus pode ser encontrado em amostras de sangue coletadas no estágio inicial da doença. Os resultados dos testes estão normalmente disponíveis entre 4 e 14 dias após o recebimento da amostra.
Tratamento da febre amarela
Não há um medicamento antiviral específico para a febre amarela, mas tratamentos contra desidratação, febre e falência do fígado e do rim trazem melhoras.
Prevenção da febre amarela
Vacinação de febre amarela
Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação é a medida mais importante para prevenção e controle da doença, com eficácia de 95% a 99.
A dose única protege a pessoa para a vida toda, garante a Organização Mundial de Saúde. Locais de vacinação em massa: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/noticias/?q=febre+amarela
Riscos da vacina de febre amarela
Não devem tomar:
- Bebês com menos de 9 meses, exceto durante uma epidemia, situação em que os bebés entre 6-9 meses, em zonas onde o risco de infecção é elevado, também devem ser vacinados;
- Mulheres grávidas – exceto durante um surto de febre amarela, quando o risco de infecção é elevado;
- Mulheres em fase de amamentação;
- Pessoas com alergias graves à proteína do ovo;
- Pessoas com imunodeficiência grave por HIV/AIDS sintomática;
- Idosos com mais de 60 anos.
Prevenção da febre amarela urbana
Combata a disseminação do Aedes aegypti. Os mosquitos se reproduzem em água limpa e se proliferam dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente com água limpa e parada, como caixas d’água, latas e pneus, são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados.
Casos de febre amarela no Brasil
De acordo com o último boletim epidemiológico, desde o início do surto, em 1º de dezembro do ano passado, até 1º de agosto deste ano, foram confirmados 777 casos e 261 óbitos por febre amarela. Outros 2.270 casos foram descartados e 213 permanecem em investigação. Além disso, 304 casos foram considerados inconclusivos.
A Região Sudeste concentrou a maioria dos casos, com 764 confirmações, seguida da Região Norte (10) e Centro-Oeste (3). As regiões Sul e Nordeste não tiveram confirmações.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 34 países da África e 13 países da América Central e da América do Sul são endêmicos, ou têm regiões endêmicas de febre amarela. Estima-se que a cada ano ocorram entre 84 e 170 mil casos severos da doença e entre 29 e 60 mil mortes.
Vacinação contra febre amarela obrigatória em viagens
Vacinar-se contra a febre amarela é uma proteção indispensável para visitar algumas áreas do Brasil, como a Amazônia e o Pantanal. E também é uma exigência de vários países do mundo (Austrália, Tailândia, África do Sul, México, Barbados; veja a lista mais abaixo) para receber viajantes brasileiros.
Muita gente perde a viagem porque não se dá conta de que precisa ter o certificado internacional da vacina — e que a vacinação precisa ser feita 10 dias antes de embarcar. Por isso é que a gente recomenda que todo viajante que possa se vacinar tome a vacina, mesmo que não tenha uma viagem em vista a um país que exija o certificado.
Não basta simplesmente tomar a vacina de febre amarela, é preciso ter o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) é emitido, gratuitamente, pela Anvisa.
Veja também: Não vire estatística: tome a vacina contra febre amarela
De acordo com o Portal viagem na viagem, para tirar o seu, compareça a um dos centros de atendimento como nos aeroportos e portos. Leve o certificado de vacinação que recebeu no posto de saúde e sua carteira de identidade.
O número da identidade será incluso no CIVP. A Anvisa recomenda criar um cadastro neste site https://viajante.anvisa.gov.br/viajante/ para agilizar o atendimento, mas isso não é obrigatório. O CIVP fica pronto na hora. Anexe ao seu passaporte em seguida. Viaje levando também a sua carteira de identidade.
Dr. Salim
CRM-SP 43163
É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.
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