O mundo pode acabar com a “epidemia” da tuberculose caso seja aplicada a estratégia sobre a doença, o que inclui novas metas em termos de prevenção, atendimento e controle até 2035, segundo a Organização Mundial da Saúde.A estratégia, adotada em maio do ano passado na Assembleia Mundial da Saúde, tem como objetivo propiciar “um mundo isento de tuberculose”, ou seja, a erradicação do que a OMS define como “epidemia”.A expectativa é que, em 2035, a mortalidade por tuberculose tenha caído 95% e a incidência da doença 90%, “ou para menos de dez casos por 100 mil habitantes”.Se esses objetivos forem alcançados, não só acabará uma das doenças mais letais que existem, como também “terminarão as despesas catastróficas para as famílias afetadas pela tuberculose”.A estratégia se baseia na necessidade de acelerar o diagnóstico dos casos para multiplicar o tratamento, e pede aos Estados que desenvolvam e implementem projetos específicos para lidar mais a fundo com a doença.É estimado que, desde o ano 2000, 37 milhões de vidas foram salvas graças a um diagnóstico prévio e um tratamento efetivo. No entanto, a OMS lamenta que, anualmente, pessoas continuem a morrer de uma doença curável por falta de diagnóstico. Das 9 milhões de pessoas que sofreram a doença em 2013, 1,5 milhão morreram.A tuberculose é uma infecção causada pelo Mycobacterium tubercolosis, uma bactéria de crescimento lento, transmitida de pessoa a pessoa por via área, e que acomete principalmente o pulmão dos infectados.Quando infectada, a pessoa desenvolve o “complexo primário”, uma infecção pulmonar geralmente inaparente e autolimitada (que se cura sozinha). Em alguns casos, ela pode progredir e causar uma pneumonia ou pleurite tuberculosa (infecção da pleura, a membrana que envolve os pulmões).O Mycobacterium tuberculosis pode também permanecer “adormecido” ou no “complexo primário” e vir a causar a doença numa fase posterior da vida da pessoa, quando ela estiver passando por um período de desnutrição ou diminuição das defesas imunológicas de outra natureza.Como o órgão mais frequentemente acometido é o pulmão, a tosse prolongada é a manifestação clínica mais comum, aliada quase sempre a sintomas gerais como a febre vespertina e perda de peso. O suor abundante também é um sinal comum da doença. A “água nos pulmões”, que na verdade, fica na pleura, sendo conhecido como pleuris, é uma apresentação também comum da tuberculose. A doença pode mais raramente acometer as meninges, os rins, os ossos, as articulações e outros órgãos.Há drogas eficazes contra a tuberculose, mas é necessária a associação de várias delas para que a bactéria não desenvolva resistência durante o tratamento. Além disso, são necessários muitos meses de tratamento, com ingestão diária de muitos medicamentos, o que torna a adesão ao tratamento correto mais difícil. Quando a pessoa interrompe o tratamento antes do final, pode haver a volta da doença, muitas vezes já resistente às drogas previamente usadas, dificultando ainda mais o tratamento.

Dr. Salim

CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.