O Ministério da Educação está criando um exame para avaliar os médicos, logo após a formação na faculdade de medicina. Existiria uma prova que seria preciso fazer e tirar uma nota mínima, para que fosse considerado apto, teoricamente, a exercer sua profissão de médico.
Existem muitas dúvidas e críticas acerca desta questão. Para Dr. Salim Médico de Família, é necessário saber que tipo de prova deverá ser feita. “Que tipo de avaliação nós vamos fazer para saber se uma pessoa está apta a iniciar sua carreira de médico e receber o CRM (Conselho Regional de Medicina)? Para começar a usar o carimbo, tomar atitudes, ter responsabilidades, a medicar, a tomar decisões, a fazer diagnósticos e, às vezes, fazer uma cirurgia?”, questiona.
Portanto, Dr. Salim acha que deve haver uma avaliação tão logo o médico se forme, tão logo ele receba o diploma, mas uma simples prova de múltipla escolha pode não resolver o problema. “Eu tenho dúvida se não deveria existir, não sei de que maneira fazer, uma prova prática, para ver do aluno que está se formando, se ele tem condições de fazer uma história, um exame físico adequado”, sugere. Ele ainda acrescenta que seria preciso ter uma prova para mostrar o linguajar dessa pessoa, como ela se comporta para lavar as mãos antes ou depois de examinar um paciente, por exemplo. Além de mostrar a delicadeza com que ela vai se referir, por exemplo, a uma pessoa do sexo oposto, a uma mulher, a uma criança, enfim, a maneira como ele vai se comportar como médico.
“A prova de avaliação de um médico, em minha opinião, é ampla e muito complicada. Mas vemos o nível de ensinamento da medicina no Brasil, o volume de faculdades que estão sendo abertas, e com infraestrutura questionável. Eu tenho certeza que alguma coisa deve ser feita para avaliar alguém, para soltá-lo no mercado da medicina”, completa Dr. Salim. Além disso, “o que fazer com quem não passar nessa prova? Como poderá sobreviver da medicina?”.
Dr. Salim, inclusive, questiona se essa prova deveria ser feita esporadicamente durante a faculdade de medicina para saber se o estudante está evoluindo dentro de um curso. “Então, eu insisto: eu acho que deve sim fazer uma avaliação, mas eu sou honesto em afirmar que não sei exatamente como realizar de maneira adequada”, finaliza.