Câncer e obesidade são duas das principais epidemias globais da atualidade

Câncer e obesidade são duas das principais epidemias globais da atualidade. Quando se encontram num mesmo indivíduo, os efeitos são nocivos: a obesidade é o segundo maior fator de risco evitável para o câncer, perdendo apenas para o tabagismo, e a mortalidade da doença é maior entre essa população.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade está correlacionada ao aumento do risco de câncer em várias partes do corpo.  E a adoção de hábitos saudáveis também é imprescindível na prevenção do câncer.

O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo, com cerca de 12,7 milhões novos casos e 7,6 milhões de mortes por ano. O número de pessoas obesas e com sobrepeso aumentou de aproximadamente 857 milhões em 1980 para 2,1 bilhões em 2013. A prevalência da obesidade em todo o mundo mais do que duplicou entre as mulheres e triplicou entre os homens nas últimas quatro décadas.

Estatística câncer x obesidade 

Dados internacionais publicados por associações americanas e britânicas mostram que a obesidade é a causa de 50% dos casos de câncer do útero e de um tipo de câncer do esôfago. Os cientistas examinaram a incidência do câncer em 1,2 milhões de mulheres, com idades entre 50 e 64 anos, durante sete anos. Cerca de 45 mil casos de câncer e 17 mil mortes decorrentes da doença ocorreram no período. Cerca de 60% desses seis mil novos casos de câncer a cada ano relacionados à obesidade atingem a mama ou o útero.

Nos Estados Unidos, a obesidade está relacionada à 40% de todos os cânceres diagnosticados no país. Ainda assim, os achados do estudo sugerem que ser obeso ou excesso de peso foi associado a casos de câncer envolvendo mais de 630 mil americanos em 2014 e isso inclui 13 tipos de câncer de um total de 36 tumores analisados.

Como o Brasil é pobre em estatísticas recentes, vamos aos fatos. Um novo relatório americano do CDC e do US National Cancer Institute mostra que os 13 tipos de câncer relacionados à obesidade representaram cerca de 40% de todos os cânceres diagnosticados nos Estados Unidos em 2014.

Dos 630.000 americanos diagnosticados com câncer associado a sobrepeso ou obesidade em 2014, cerca de dois em cada três ocorreram em adultos de 50 a 74 anos, disseram os pesquisadores.

Excluindo o câncer de cólon, a taxa de câncer relacionada à obesidade aumentou 7% entre 2005 e 2014. Ao mesmo tempo, as taxas de câncer não relacionado à obesidade caíram, os resultados mostraram.

Nos Estados Unidos, o sobrepeso e a obesidade estão ligados a 14% das mortes de câncer entre homens. Este número sobe para 20% entre as mulheres.

Entretanto, vale destacar, não significa que muito peso está causando todos esses casos de câncer, apenas que há algum tipo de associação ainda a ser explicada, de acordo com os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

 

Tipos de câncer x obesidade

– Tumores cerebrais; 

– Mieloma múltiplo nos ossos;

– Câncer de esôfago;

– Câncer de mama pós-menopausa;

– Câncer de tireoide;

– Câncer de vesícula;

– Câncer de estômago;

– Câncer de fígado;

– Câncer de pâncreas; 

– Câncer de rim;

– Câncer de ovários;

– Câncer de útero; 

– Câncer de cólon.

 

Como ocorre? 

A obesidade provoca aumento no número de inflamações e da quantidade de insulina do organismo, que estimulam a multiplicação celular e o surgimento de tumores. E tem mais, o excesso de gordura no organismo também pode provocar alteração na produção de hormônios, que também pode aumentar o risco de câncer

A obesidade aumenta o risco do surgimento do câncer de mama por alterar a quantidade de estrogênio produzido pelo organismo. Com o climatério e a menopausa, os ovários deixam de produzir esse hormônio e o tecido adiposo passa a ser a fonte de estrogênio do organismo. A elevação no nível desse hormônio nesse período da vida da mulher pode causar o câncer de mama.

Nos homens, na população masculina, o excesso de peso e a obesidade podem reduzir a produção do hormônio testosterona e isso pode influenciar no surgimento do câncer de próstata. 

Um aumento desenfreado da produção de insulina causado pelo excesso de peso, pode estar relacionado ao aparecimento do câncer de cólon e reto.

E tem mais, sabe o consumo excessivo do sal que eleva a pressão arterial?  O aumento da pressão arterial, também causada pela obesidade, pode aumentar os riscos de câncer no rim. 

E o histórico de refluxo gastresofágico, comum em pessoas obesas, também pode aumentar a chance de câncer se esôfago. Por isso, esse problema que aparentemente é simples com azias e regurgitação, deve ser tratado por especialistas ao longo da vida.

Prevenção x câncer x obesidade 

Especialistas dizem que evidências iniciais indicam que perder peso pode reduzir o risco de alguns tipos de câncer

– Estimular hábitos saudáveis; 

– Praticar exercícios com frequência;

– Reeducação alimentar; 

 – Gordura e açúcar – escolha alimentos com baixo teor de gorduras e açúcares;

 – Vegetais – sempre coloque vegetais nas refeições (cozidos ou crus);

 – Sucos – prefira os sucos de frutas para acompanhar a refeição;

 –  Frituras – evite alimentos fritos;

 – Alimentos integrais – opte por alimentos integrais.

As pessoas geralmente associam o câncer ao histórico familiar, o que gera uma certa inércia em relação à adoção de hábitos saudáveis. É necessário conscientizá-las sobre a responsabilidade de cada um na prevenção do câncer, através do controle do sobrepeso e de outros fatores de risco, como o tabagismo, primeira causa no mundo para câncer

Câncer no organismo não combina com obesidade 

Após o surgimento de um tumor, o caso só tende a piorar se o indivíduo for obeso, afirma a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). Os estímulos constantes para as células malignas se alastram com maior facilidade e tornam a doença mais hostil. O tratamento é afetado pela gordura em excesso e as cirurgias mais longas expõem o paciente à riscos durante e depois dos procedimentos operatórios.

Se a doença se instalou, a mudança de comportamento é fundamental para garantir o sucesso do tratamento, somando-se à periodicidade da consulta aos diversos profissionais que compõem a equipe – que inclui endocrinologistas, oncologistas, nutricionistas, fisioterapeutas e psicoterapeutas – depende da adesão do paciente às orientações, do histórico familiar e do nível inicial de sobrepeso.

Veja também: Obesidade: remédios para emagrecer causam grave dependência

Uma das estratégias mais importantes é acompanhar mesmo aqueles pacientes que tiveram sucesso no tratamento do câncer. O acompanhamento entre os pacientes que conseguiram a remissão da doença é central para reduzir o risco de novos tumores.

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CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.

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