Você sofre com pedra nos rins?

O cálculo renal, caracterizado pela formação de pedras nos rins, atinge mais homens do que mulheresAs pedras nos rins afetam a humanidade desde a Antiguidade e existem relatos de cálculos em múmias egípcias datas de 4800 a.C. A prevalência na população é de 2% a 3% e, até a década de 1980, constituía grave problema de saúde pública em decorrência do grande número de pacientes que necessitava de tratamento cirúrgico. O advento da litotripsia por ondas de choque e o progresso da terapêutica endoscópica diminuiu a morbidade do tratamento.Pode estar associada a defeito hereditário. A prevalência é três vezes maior no homem que na mulher, tem seu pico de incidência entre 20 e 40 anos de idade, sendo rara na infância.Vários estudos mostram uma maior incidência em países escandinavos, do Mediterrâneo, na Europa Central, Índia, China e no Paquistão. É comprovada uma maior ocorrência do cálculo renal em períodos de maior temperatura média e, consequentemente, maior perspiração e urina mais concentrada, reforçando a importância da ingestão de líquidos para a diluição dos cristais eliminados na urina.Também é relatada uma maior incidência em pacientes sedentários e de maior poder aquisitivo, provavelmente devido à maior ingestão de proteína animal e maior excreção urinária de cálcio, oxalato e ácido úrico.O cálculo renal ocorre por causa da supersaturação dos solutos urinários (substâncias dissolvidas na urina). E o tipo mais frequente de cálculo renal é o de oxalato de cálcio, responsável por 75% a 80% dos cálculos urinários. Existem três teorias para explicar a sua formação: indivíduos que consomem, em excesso, alimentos ricos em cálcio; casos em que ocorre hiperabsorção intestinal de cálcio pela parede do intestino e, por último, uma perda aumentada de cálcio pelos rins. Em todos os casos ocorre um excesso de cálcio na urina, o que favorece sua precipitação e consequente formação de cálculo.O ácido úrico é responsável por 5% a 10% dos cálculos. A cristalização do ácido úrico ocorre quando há sua supersaturação na forma não dissociada, sendo que não existem inibidores naturais da sua cristalização. Os indivíduos devem restringir a ingestão de carnes vermelhas e frutos do mar.O cálculo de estruvita é composto de fosfato de amônio e magnésio, misturado com carbonato de amônio e magnésio, misturado com carbonato e tem incidência entre 10% e 15% dos cálculos. Está associado à infecção urinária por bactérias produtoras de urease, uma enzima que age sobre a ureia, alcalinizando a urina e favorecendo a precipitação desse tipo de cálculo, mais comum nas mulheres.Existe um consenso quanto a proceder à investigação clínica e laboratorial quando há recorrência do cálculo. Entretanto, vale sempre a recomendação que o aumento de ingestão de líquidos é de fundamental importância na prevenção do cálculo renal.Como medidas, recomenda-se:- Aumentar a ingestão hídrica;- Idealmente urinar três litros por dia;- A ingestão de líquidos deve ser mais intensa em períodos críticos, tais como três horas após as refeições e durante os exercícios físicos.Já, a participação da dieta na formação dos cálculos é controversa, mas é evidente que qualquer excesso deve ser evitado.No próximo post sobre o assunto, vamos falar sobre os tratamentos para o cálculo renal. 

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CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.

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