Hemorragia

A imagem mostra sangue.

A hemorragia pode ser classificada como interna ou externa.

O que é hemorragia interna?

É a que ocorre no interior do corpo, mais comumente na cavidade torácica ou abdominal, e pode não ser identificável através de um simples exame da vítima. De fato, em muitos casos, uma hemorragia interna grave pode acontecer devido a quedas ou contusões, e pode ocorrer sem que existam evidências externas de lesões.

Nestas situações, deve-se suspeitar da presença de hemorragia interna a partir dos sintomas e sinais anteriormente mencionados e da natureza e gravidade do traumatismo. Mesmo quando se deve a lesões viscerais por ferimentos penetrantes no tórax ou no abdome (tiros ou facadas), é raro que a hemorragia interna se exteriorize claramente pela perda de sangue através das lesões.

Quando existem sinais externos de hemorragia interna?

A hemorragia interna, quando decorre de lesões torácicas que afetem também os pulmões, pode manifestar-se pela eliminação de escarro sanguinolento. Já nas lesões que afetam as vísceras abdominais, a hemorragia, mesmo quando maciça, não se manifesta pela perda de sangue através do tubo digestivo (em vômitos ou evacuações), pois o sangue se acumula dentro do abdome, entre as vísceras, e não tem como se escoar por dentro do tubo digestivo.  Quando o trauma afeta os rins, entretanto, a urina da vítima pode conter sangue.

As fraturas ósseas podem causar hemorragia interna?

Fraturas de ossos dos membros (ombros, braços, bacia, coxas e pernas) costumam causar lesões de músculos, de veias e de artérias. Nestas circunstâncias, ao redor da fratura pode acumular-se um volume considerável de sangue, formando o que se denomina hematoma.

Ao exame, pode ser notado um inchaço local, que se deve exatamente ao hematoma, e que pode acumular grande volume de sangue. Entre as fraturas, aquelas que resultam em hematomas de maiores dimensões, acumulando, às vezes, até 5 I (litros) ou 6 I de sangue, são as fraturas de bacia. Entretanto, uma fratura de fêmur, na coxa, pode ocasionar um hematoma com 1 l a 2 I de sangue.

E a hemorragia interna na cabeça?

A hemorragia pode ocorrer também dentro do crânio, formando um hematoma. Nesta circunstância, o que importa não são as repercussões devidas à perda de sangue em si, que geralmente e pequena, mas sim à compressão do cérebro pelo hematoma. Se não diagnosticado e atendido de imediato, um hematoma dentro do crânio é rapidamente fatal.

O que é hemorragia externa?

É aquela visível, sendo, portanto, mais facilmente identificada. Ocorre mais frequentemente nos membros ou no pescoço, regiões por onde passam vasos de grande calibre. É causada, muitas vezes, devido a ferimentos por facas ou tiros, embora qualquer ferimento de certa extensão – quedas, atropelamentos ou outras causas -, possa ocasionar perda de grande volume de sangue.

A hemorragia pode ser arterial, venosa ou mista. Na arterial, a saída de sangue dá-se como um esguicho que acompanha os batimentos cardíacos, e costuma ser mais grave. Na venosa, o fluxo de sangue é habitualmente contínuo e mais lento.

Como se trata o paciente com hemorragia?

Na presença de uma hemorragia significativa, a vítima deve ser mantida deitada, se possível com as pernas levemente elevadas. Nesta posição, o sangue distribui-se de forma mais equilibrada entre os vários órgãos e alcança, com maior facilidade, a parte mais nobre do organismo que é o cérebro.

Qualquer tentativa de manter a vítima em pé, ou mesmo sentada, pode agravar a falta de sangue no cérebro e determinar a perda dos sentidos. Tendo em vista a provável necessidade de uma anestesia, e de uma intervenção cirúrgica para estancar o sangramento, mesmo que o doente se queixe de sede, e mais prudente deixá-lo em jejum e não lhe oferecer líquidos.

As hemorragias externas podem ser controladas facilmente, ainda que em caráter temporário, mediante a compressão direta no local de sangramento, utilizando-se de preferência, um pano limpo e seco.

Habitualmente, mesmo em se tratando de ferimento de alguma arteria de grande porte, a compressão permitirá a interrupção imediata da perda sanguínea.

E absolutamente contraindicado tentar bloquear o vaso sangrante, seja ele uma artéria ou veia, pinçando-o com qualquer tipo de instrumento. Tal medida poderá agravar a lesão do vaso ou resultar em lesões de estruturas importantes que acompanham o trajeto do vaso, como, por exemplo, de algum neruo.

Também é contraindicado fazer garroteamentos do membro acima do local do ferimento. O garroteamento costuma ser ineficiente para interromper o sangramento e, quando efetivo, deixa todo o membro sem circulação (a falta de circulação e denominada isquemia), o que pode determinar a perda do membro. Além disso, se mantido por tempo prolongado, ao ser solto, pode resultar na inundação da circulação do doente por substâncias toxicas que se acumularam distalmente, (abaixo) ao membro durante o período de isquemia.

A única circunstância na qual se admite o uso de garroteamento, é nas amputações traumáticas, quando persiste um sangramento abundante, e a compressão local e ineficiente para interrompê-lo.

Como agir diante de um paciente com hemorragia?

Para o diagnóstico e tratamento das hemorragias, tanto das externas como das internas, e necessário que o atendimento seja prestado por um médico, e em serviços de emergência. Especificamente, quando se suspeita de hemorragia interna, a melhor atitude é a de providenciar a remoção imediata da vítima para um pronto-socorro.

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CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.

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