Luta contra a Aids
A Aids é a síndrome da imunodeficiência adquirida, que acontece um individuo previamente sadio e que se infectou com o vírus HIV. Esta é uma das mais novas doenças conhecidas, descrita pela 1ª vez no início dos anos 1980 em um grupo de homossexuais do sexo masculino, o que valeu o apelido de “peste gay”. A Aids trouxe consigo uma das maiores revoluções de costumes, uma vez que gerou discussões sobre comportamentos sexuais antes desconhecidos pelo público em geral. A doença tornou-se um forte impulsionador dos movimentos de afirmação dos grupos homossexuais.Inicialmente, a doença acometia principalmente os chamados “grupos de risco”: homens que mantinham relações sexuais com homens, usuários de drogas injetáveis, hemofílicos e outros receptores de sangue ou derivados, e “trabalhadores do sexo”. A maior incidência era em homens. Aos poucos, a proporção de mulheres foi crescendo, principalmente pelo contato sexual desprotegido com homens contaminados. Ao mesmo tempo, os doadores de sangue puderam ser triados por sorologia e esta via de transmissão praticamente desapareceu.Após a infecção pelo HIV, a pessoa, geralmente, fica sem qualquer evidência da doença por muitos anos (cerca de 4 a 8 anos). Numa maioria dos casos, cerca de duas semanas após a entrada do vírus no corpo, o indivíduo apresenta febre, aumento dos gânglios e dores nas articulações, como se fosse um quadro de mononucleose aguda, à semelhança do que podem causar outros vírus com o citomegalovírus e a toxoplasmose. A meningite linfo-monocitária autolimitada manifestada por dor de cabeça muito forte e febre também é um quadro comum da infecção aguda pelo HIV.Após anos de evolução silenciosa, a pessoa pode começar a apresentar perda de peso, diarreia, gânglios e fraqueza. Podem aparecer manchas elevadas e vinhosas na pele ou mucosas, micoses nas unhas ou na pele. O pulmão pode ser atacado por diferentes infecções, mas comumente a tuberculose a pneumonia. Algumas infecções ou tumores nas fases adiantadas da doença podem atacar o cérebro, ocasionado convulsões ou meningites.Os olhos podem ser lesados por infecções por herpes ou citomegalovírus, podendo progredir para a cegueira. Outras infecções como micobacteriose atípica e histoplasmose podem levar à queda do estado geral e febre. Enfim, uma grande variedade de infecções e tumores vão se desenvolver na pessoa com Adis, em função da destruição se seu sistema imunológico, ocasionado pelo HIV.As formas mais comuns de transmissão do vírus são: via sexual, via materno-fetal, pela injeção do vírus no corpo e por acidentes com material perfurocortante. O HIV pode ser encontrado em vários fluidos corporais, mas em concentrações variáveis, sendo os responsáveis por sua transmissão o sêmen, a secreção vaginal, o leite materno, o sangue e derivados, e outros fluidos corporais com sangue. A Aids não é transmitida em banhos de piscina, vasos sanitários, maçanetas, bancos de ônibus, nem sentando ou pisando em locais quentes ou frios, nem ao abraçar ou apertar a mão de alguém.Atualmente, o Ministério da Saúde estima que 530 mil pessoas vivam com HIV/aids no país. Dessas, 135 mil não sabem ou nunca fizeram o teste. Com certeza, o teste anti-HIV deve fazer parte dos exames colhidos da gestante no pré-natal, pois o tratamento materno, mesmo que só na hora do parto, aliado a outros cuidados, como abstenção da amamentação vão prevenir a infecção do bebê. Outros grupos que devem fazer o teste são pessoas que se expõem a múltiplos parceiros sexuais sem a proteção do preservativo, hemofílicos e outros que receberam sangue e indivíduos que partilham seringas de injeção.A Aids pode ser tratada, mas não tem cura e nem vacina preventiva, por isso o uso de preservativo (camisinha) é muito importante para a prevenção contra o HIV, além de não compartilhar agulhas ou seringas, só receber transfusão de sangue quando ele for testado e evitar contato com objetos perfurocortantes não-esterilizados.
Dr. Salim
CRM-SP 43163
É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.
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