O que é escoliose?
A escoliose é uma curvatura lateral da coluna e se constitui em um dos seus mais frequentes desvios. Além da curvatura lateral, as vértebras sofrem uma torsão no eixo longitudinal, o que agrava as deformações que produz no tronco. Ela é causada por múltiplas doenças do esqueleto ou do sistema nervoso, porém a mais frequente é de causa desconhecida sendo, então, chamada escoliose idiopática.A doença acomete ambos os sexos, porém é muito mais comum nas meninas, principalmente na época da adolescência, tendo início um pouco antes da menarca (1ª menstruação). Devido ao fato de a coluna se desviar em um momento em que a menina está crescendo, o problema tende a progredir até a idade adulta, e é baseado na existência ou não do crescimento da criança que o tratamento é estabelecido.Clinicamente, a escoliose se manifesta pelas deformações que produz no tronco do paciente. Os sinais principais são: desnível dos ombros, escápula proeminente, assimetria da linha da cintura, saliência das costelas quando vistas de frente ou por trás e assimetria das mamas ou dos mamilos.Como existem sempre curvas compensatórias no sentido contrário, a doença tende a se mascarar e é mais evidente quando a paciente inclina o corpo para frente, manobra que deve ser pesquisada durante o exame clínico.Além da alteração estética que produz, a escoliose, quando atinge graus elevados de deformidade, pode acarretar alterações pulmonares e mesmo cardíacas, quando não tratada a tempo. Compressões da medula espinal ou dos nervos podem também surgir nos casos extremos.Com relação ao diagnóstico, o exame que demonstra bem as deformidades na coluna é a radiografia. Por meio dela podem-se medir os graus da curva, assim como é possível identificar as causas da escoliose também avaliar a presença ou não de potencial de crescimento do paciente (se ele for jovem). Outros exames, como a ressonância magnética, podem ser necessários para diagnóstico de eventuais lesões neurológicas associadas.Já o tratamento depende da gravidade da deformidade, da idade do paciente e da causa da escoliose. Existe um método próprio para a medida das curvas, que segue uma padronização aceita internacionalmente. Curvas de pequeno valor nessa mensuração (menos que 20 graus) podem ser apenas observadas ou tratadas com fisioterapia.Porém, quando atingem valores maiores (entre 20 e 40 graus) devem ser tratadas de maneira mais agressiva, com o uso de coletes ortopédicos, que têm a finalidade de impedir a progressão dos desvios durante a fase de crescimento, quando ainda são pouco deformantes.Quando a doença atinge um grau avançado, normalmente acima dos 40 graus, ou quando o paciente já chegou ao nível final de crescimento, o tratamento indicado é a cirurgia.Atualmente, existem várias técnicas cirúrgicas de correção da escoliose, mas o princípio básico é o de se corrigir as curvas, dentro de margens de segurança, por meio de instrumentos como ganchos, parafusos e hastes metálicas, que proporcionam uma correção da deformidade e a fixação da coluna na posição de correção.Agregada à correção da coluna, deve-se provocar uma fusão entre as vértebras que fazem parte da deformidade. A fusão é conseguida pela colocação de fragmentos ósseos sobre o leito das vértebras após escarificação (raspagem do osso para melhor incorporação dos enxertos), processo denominado artrodese.
Dr. Salim
CRM-SP 43163
É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.
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