A trombose venosa profunda ocorre quando há a coagulação do sangue no interior das veias profundas das pernas. Existem três fatores, que contribuem para o surgimento desse problema:- A imobilidade dos membros inferiores, por exemplo, doentes acamados por qualquer motivo;- Alterações do sangue que favoreçam sua coagulação dentro das veias, que chamamos de “estado de hipercoagulabilidade”, por exemplo, doenças do sangue em que há aumento de glóbulos brancos ou vermelhos, usuárias de anticoncepcionais, portadores de câncer ou pessoas com infecção grave no organismo;- Alterações na parede das veias, por exemplo, infecção, ferimentos provocados por fraturas ósseas, contusões ou durante operações.Em geral, é preciso que pelo menos dois desses fatores estejam presentes para ocorrer a trombose venosa. A trombose ocorre com mais frequência em pessoas com idade avançada, imobilidade prolongada, cirurgias, fraturas ósseas, em grávidas, com câncer e que usam anticoncepcionais.Há também a síndrome da classe econômica, que ocorre com indivíduos que fazem viagens aéreas prolongadas, e que precisam manter as pernas comprimidas entre as poltronas, pois a classe econômica não possui espaço adequado entre um assento e outro. A impossibilidade de movimentar as pernas nessa situação por tempo prolongado pode ocasionar o aparecimento do problema.Portanto, é importante tomar algumas medidas simples, para que a trombose venosa seja evitada. Enquanto sentado, o indivíduo deverá fazer movimentação frequente com os pés, de maneira a trabalhar a musculatura das panturrilhas. Ele deverá andar no avião a cada duas horas, tomar muito líquido para evitar a desidratação, que contribui para a ocorrência da trombose.É necessário também evitar bebidas alcoólicas, porque o álcool desidrata o organismo e os indivíduos de risco deverão viajar com meias elásticas para evitar que o sangue fique estagnado nas pernas e tomar aspirina antes do voo, para diminuir a tendência de o sangue coagular.A prevenção da trombose venosa profunda pode ser feita por métodos físicos ou medicamentosos que devem ser empregados em pacientes que correm o risco de ter o problema, sempre com orientação médica.Com relação aos sintomas desse problema, na maioria das vezes, o paciente sente dor e observa que o membro afetado incha e a pele fica com coloração azulada, mais quente e com veias mais visíveis. No entanto, em algumas ocasiões o paciente somente se queixa do inchaço na perna, sem referir dor, o que ocorre quando há pouca inflamação acompanhando a formação do trombo.De imediato, na fase aguda, a complicação mais temida é a embolia pulmonar, que resulta da fragmentação do trombo na veia da perna. O trombo se solta e se desloca pela circulação indo se alojar nos pulmões, pondo em risco a vida do paciente.Tardiamente, ou seja, anos após a trombose, podem surgir alterações na perna afetada ou constituem a chamada sequela da trombose venosa profunda, que abordaremos em um próximo post sobre o assunto.

Dr. Salim

CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.