Como proceder ao descobrir cálculo na vesícula?
O paciente às vezes é um paciente hígido, ou então paciente idoso, diabético, hipertenso, enfim, pacientes hígidos, ou com o que a gente chama de comorbidades, quer dizer, outras doenças acopladas.
Eu quero saber o seguinte: o que eu faço com esse paciente? Eu mando ele ficar quieto, esquecer que ele tem esse cálculo na vesícula, ou eu mando pra você operar? Fábio, responda pra mim, por favor!
Pedra na vesícula: precisa operar?
Salim, grande professor Salim Helito, clínico geral médico de extrema competência, de grande amizade, eu gostei da pergunta Salim. Sempre que há uma pedra na vesícula, um cálculo na vesícula biliar existe três coisas que podem acontecer.
A primeira delas é nada, pode ser a pedra fique lá e não aconteça nada. Existem relatos de múmias encontradas no Egito, que tinham pedras na vesícula, que não morreram de pedra na vesícula. Então é uma coisa que pode ficar, e não causar nada.
Existe a possibilidade, porém, desse cálculo impactar ou seja entupir a vesícula biliar e causar uma coleciste aguda, que é um quadro importante, um quadro de abdome agudo inflamatório, parece com uma apendicite mal comparando, pode ter pus, pode ser que tenha que operar de emergência, é um quadro que pode dar lá o seu trabalho.
Existe também a possibilidade dessa pedra se fragmentar ou ela ser pequenininha, ou ela se fragmentar e ela descer pelo duto da vesícula e entupir a drenagem da vesícula biliar, e ao mesmo tempo, entupir a drenagem do pâncreas, que tem uma área comum para drenagem, tanto do pâncreas quanto da vesícula biliar, e comisso causar uma pancreatite aguda biliar, que aí sim o quadro mais grave um quadro, mais dramático que pode até levar o paciente a consequências graves.
Riscos da pedra na vesícula
O risco de essas complicações acontecerem existe, mas existe também o risco da cirurgia, então, o que a gente tem que fazer nessa situação, a gente tem que botar uma balança: o risco de ter uma complicação. Da cirurgia contra o risco de ter uma complicação do cálculo da vesícula biliar, e pesar qual seria o risco maior, porque, eu posso vou dar um exemplo pra você, a minha mãe, dona Zoraida, que é sua paciente Salim, ela tem 75 anos ela tem lá os seus problemas decorrentes da idade dela, é antiocoagulada, e ela tem uma pedra na vesícula. Salim, eu não operei a pedra na vesícula da minha mãe, por quê?
Porque eu considero que neste momento o risco da cirurgia é maior do que o risco dessa pedra da dor de cabeça pra gente. Não estou dizendo que não possa acontecer uma complicação relacionada à pedra na vesícula da minha mãe, pode, mas eu considero que vale aguentar esse risco para evitar uma cirurgia no caso dela, na idade dela, com as condições dela.
Veja também: Você conhece as principais complicações de pedra na vesícula?
Então, deve ser avaliado caso a caso, mas, de modo geral, pessoas jovens, hígidas, ou seja com saúde, elas a gente tem uma tendência maior a operar, até porque a cirurgia feita é bastante simples, é feita através de quatro furinhos, e o resultado é muito bom, é muito rápido e a recuperação é muito boa.
Então uma tendência maior de operar. E a gente tem uma tendência menor de operar quando é um paciente mais grave um paciente mais velhinho em um paciente que tem outras comorbidades, ou seja, outras doenças associadas. A gente vai pesar caso a caso. Acho que é uma boa pergunta por que muita gente tem essa dúvida.
Muito obrigado Salim, por participar do meu blog. Fique de olho, saúde.
Dr. Salim
CRM-SP 43163
É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.
Descobri no ultrassom que estou com coliliciste e meu gastro disse que vou ter que tirar a vesícula, o que acontece se não operar?
Olá, Eliani. Cada caso é um caso, sendo assim, as consequências variam de acordo com cada paciente. O mais recomendado é retornar ao médico que lhe acompanha para que seja esclarecido essas questões com base no seu quadro clínico, já que o mesmo possui maior conhecimento sobre o seu histórico. Espero ter ajudado e obrigado por me acompanhar!