Doença obstrutiva das carótidas

O que são as carótidas?

As carótidas são 2 artérias situadas no pescoço, uma de cada lado, responsáveis pelo transporte da maior parte do sangue que irriga o cérebro. Juntamente com as artérias vertebrais formam um círculo arterial dentro do crânio. Chamado círculo ou polígono de Wilis, que garante a distribuição para as várias partes do cérebro.

Existe grande variação na formação desse círculo arterial. É importante saber que as carótidas irrigam os respectivos hemisférios cerebrais, ou seja, a carótida direita, o hemisfério cerebral direito e a esquerda, o esquerdo. No entanto, cada hemisfério cerebral é responsável pelos movimentos da parte oposta do corpo. Assim, o hemisfério direito responde pela movimentação do braço e da perna esquerdos, e vice e versa.

Nos indivíduos destros (que utilizam mão e pé direitos para realizar tarefas) o hemisfério cerebral dominante é o esquerdo e nos canhotos, o direito. O hemisfério cerebral dominante está situado o centro da fala.

Por que as carótidas se obstruem?

Existem várias causas, a principal é a arteriosclerose, que ocorre em pacientes idosos e que se caracteriza pela formação de placa de gordura que estreita essas artérias, podendo provocar a trombose (coagulação do sangue).

Dissecção arterial, ou seja, delaminação das paredes da artéria, que pode ocorrer espontaneamente ou após trauma, constitui causa pouco frequente de obstrução em pacientes jovens.

Inflamação da parede da carótida, como ocorre na doença de Takayasu, que é mais frequente em mulheres jovens, pode também constituir causa de estreitamento, ou mesmo trombose da artéria.

O que sente o paciente?

O portador de obstrução parcial ou total da carótida pode não ter sintoma algum se o polígono de Wilis estiver bem formado, quando então as demais artérias (a outra carótida e as vertebrais) que o constituem são suficientes para suprir a irrigação da área do cérebro correspondente à carótida ocluída.

No entanto, no outro extremo está o maior risco da obstrução da carótida, que é o chamado acidente vascular cerebral (AVC), conhecido como derrame cerebral, no qual o paciente perde a força nas estruturas situadas do lado do corpo oposto à carótida obstruída, podendo ficar parcial ou totalmente paralisado nesse segmento do organismo. Se o hemisfério cerebral comprometido for dominante, o paciente apresenta também dificuldade para falar.

Como se faz o diagnóstico?

Muitos pacientes com obstrução parcial da carótida não apresentam queixas, sendo o diagnóstico feito no exame físico, quando o médico encontra sopro nessa artéria ao colocar o estetoscópio no pescoço, no entanto, em alguns pacientes com estreitamento da carótida, não se consegue ouvir sopro, o que dificulta o diagnóstico clínico dessa condição. O exame mais sensível para fazer o diagnóstico de obstrução da carótida é o ultrassom Doppler colorido, também conhecido como duplex-can colorido.

Outros exames como a angiografia (cateterismo) ou a angioressonância são importante pata melhor definir a extensão da doença, bem como a condição da circulação cerebral no interior do crânio naqueles pacientes em que o duplex-scan revelar obstrução importante na carótida, permitindo um planejamento adequado de uma provável cirurgia para desobstruir a artéria.

Como se trata a obstrução da carótida?

O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. O tratamento clínico se baseia no uso de drogas que inibem a agregação das plaquetas (elementos sanguíneos que favorecem a formação de trombos) e eventualmente drogas que diminuem a coagulação sanguínea. 

Em linhas gerais, podemos afirmar que o tratamento cirúrgico ou por angioplastia, será indicado quando o estreitamento da carótida for maior do que 70%, ou quando a placa de arteriosclerose for irregular, sugerindo haver úlcera, que favorece a formação de coágulos.

Entretanto, outros fatores deverão ser levados em conta para se estabelecer o melhor tratamento para cada caso, o que deverá ser determinado pelo cirurgião vascular. 

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CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.

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