Obesidade não se controla com cirurgia bariátrica
Se as pessoas acompanharem o que estou falando, não vão se esclarecer 100%, pelo contrário, a obesidade é um tema bastante discutido e daqui 50 ou 60 anos tudo terá mudado, apenas os princípios da reeducação alimentar e exercício físico continuaram desde criança.
Se no começo da vida da criança você habituá-la com alimentos saudáveis, daquilo que vem da feira-livre e pouco do que vem do supermercado, você já vai ter um forte candidato a não obesidade.
Cirurgia bariátrica: uma moda?
Hoje todo mundo quer fazer cirurgia bariátrica e transposição intestinal porque não aguenta mais fazer dieta. A pessoa imagina que opera, faz uma transposição de intestino, alguns até tiram um pedação do trânsito intestinal, levando a graves problemas de absorção e levando a uma desnutrição grave, dizendo: resolvi o meu problema, emagreci.
A pessoa imagina que vai perder 30 e 40 quilos e que vai poder comer de tudo, pão, sanduíche, macarrão, chocolate, pão de queijo o dia inteiro porque fez a cirurgia bariátrica. MENTIRA.
Cirurgia bariátrica é uma cirurgia que, na minha opinião, se realiza em seres humanos com obesidade mórbida, prestes a morrer ou a ter uma sequela grave, levando uma vida péssima com apneia do sono , hipertensos, diabéticos, que não conseguem se controlar, que já não conseguem passar um dia normal, dirigir um automóvel sem dormir no volante, dormir deitado porque a obesidade atrapalha e a pessoa só consegue descansar sentado, porque deitado não consegue respirar. Para essa pessoa não morrer, você vai lá e tenta fazer uma cirurgia bariátrica para ter uma perda de peso aguda para ver o que vai fazer depois.
Assim que começou a cirurgia bariátrica, muita gente começou a fazer cirurgia bariátrica por qualquer coisa. É um absurdo ver pessoas com IMC 37 comerem até chegar no 40, que caracteriza obesidade mórbida, para a fonte pagadora financiar a cirurgia. Vocês imaginam que isso existe? É um absurdo a pessoa engordar 5, 6 quilos para ganhar o direito de fazer a cirurgia bariátrica pelo seguro saúde.
(Veja minha outra postagem sobre o IMC)
Quais as complicações dessa cirurgia?
A cirurgia bariátrica não tem uma grande mortalidade no ato cirúrgico, mas tem complicações mais tarde, como:
- Aumenta o índice de depressão;
- Muito suicídio relacionado à cirurgia bariátrica;
- Quem tem formação de cálculo renal sofre demais;
- Quem tem tendência à ingestão alcoólica, aumenta muito o consumo de bebida e de outras drogas, como maconha e cocaína, para quem faz uso esporádico;
- Fazer um acompanhamento psiquiátrico e endocrinológico constante.
- Rever a dosagem de vitaminas B12, ferro, ácido fólico, magnésio, etc.
A cirurgia bariátrica que todos acham que é feita como a solução do problema, não é, porque se for analisar, a grande maioria das pessoas que fizeram cirurgia bariátrica estão com algum problema ou depois de algum tempo, começam a ganhar peso de novo. Isso é muito comum.
Por isso eu digo que daqui a 50 anos, quando se comentarem o que se faz hoje na obesidade, a ciência vai dar muita risada do absurdo que se fazia naquela época.
Os colegas que fazem a cirurgia, muitos deles estimulam a realização deste procedimento, mas sabem sim que a reincidência de obesidade é muito grande e que o índice de complicações é muito grande.
Então, cirurgia bariátrica, fórmula para regime, dietas malucas, nada disso substitui a coisa que e mais difícil de fazer: reeducação alimentar e um programa de exercícios físicos.
ABESO integra Grupo Multidisciplinar para Enfrentamento da Obesidade da ANS, acesse!
Todos nos perguntam: qual a solução definitiva de combate a obesidade? Não existe. Tenho pacientes que ficam numa situação ridícula, a cada momento que me encontram falam – vou começar uma nova dieta. Acaba ficando uma palhaçada … a pessoa continua obesa, bebendo loucamente, comendo, pintando e bordando. E sedentária. E nunca vão corrigir seu problema de base que é o erro alimentar e de movimentação.
Dr. Salim
CRM-SP 43163
É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.
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