Uso de medicamentos pós transplante
O Prof. Dr. Luiz Carneiro pergunta para o Dr. Salim: Muitos doentes possuem complicações da cirurgia bariátrica, alguns doentes que fazem transplante de fígado são obesos e usam muito corticoide. A minha pergunta é: o obeso depois do transplante deve fazer alguma dieta ou podem usar drogas para realizar a inibição do apetite? Você poderia sugerir alguma coisa?
O transplante e as drogas imunossupressoras
Nos transplantes de fígado ou transplantes em geral, o uso de medicações imunossupressoras para evitar a rejeição, por exemplo, o corticosteroide é um dos remédios que se usa e aumenta o apetite, o tecido gorduroso e uma série de coisas que faz com que a pessoa ganhe peso. Contudo, um transplantado de fígado que vai usar imunossupressão tende a ganhar peso.
A cirurgia bariátrica e as drogas imunossupressoras
A Cirurgia bariátrica eu indico na tentativa de corrigir a obesidade mórbida de um paciente que está tendo sérias complicações relacionadas à obesidade com risco de morte, pois tem uma série de complicação. Não vamos fazer cirurgia bariátrica em quem fez transplante de fígado, aí a coisa complica mesmo.
Veja também: Obesidade não se controla com cirurgia bariátrica.
É bom utilizar medicamentos para tirar o apetite?
A anfetamina, sibutramina, remédios em geral que diminuem o apetite do paciente para tentar diminuir peso são drogas complexas, drogas que levam à dependência física e que possuem uma série de intercorrências. Não consigo imaginar usar esse tipo de droga num paciente de transplante de fígado, fazendo imunossupressão e assim por diante.
Na minha opinião, a única solução para um transplantado que vai ter um aumento de apetite por causa de medicamentação e quem sabe sair de uma insuficiência hepática para um bom funcionamento, é através de dieta e exercício físico. Não vejo nenhuma outra solução para resolver o excesso de ingestão alimentar e ganho de peso nesses pacientes. Não será com drogas nem com cirurgia bariátrica.
Veja também: A Importância da Reeducação Alimentar.
Esses pacientes que tiveram a dádiva, a sorte de sobreviver e ter sucesso a um transplante de fígado, vão ter que se acostumar a fazer dieta de maneira adequada e exercício físico também de maneira adequada.
Dr. Salim
CRM-SP 43163
É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.
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