Gravidez de alto risco

Considera-se gravidez de alto risco aquela em que ocorrem condições desfavoráveis à evolução normal e fisiológica da gestação, seja por alterações maternas, placentárias e/ou fetais, podendo resultar em pior prognóstico para mãe e filho, aumentando a possibilidade de complicações e até mortalidade, tanto materna quanto fetal.

Como saber se a gravidez é de alto risco?

Para se ter uma gestação saudável e consequentemente um recém-nascido saudável, o importante é manter o equilíbrio físico, emocional e ambiental. A classificação de alto risco na gestação pode ser realizada em 2 oportunidades: antes da gravidez e durante a primeira consulta de pré-natal.

O ideal é identificar possíveis riscos antes da nova gestação, através de uma anamnese, isto é, identificar idade, cor, raça, atividade física, estado civil, profissional, dados socioeconômicos e culturais; investigar antecedentes pessoais, familiares e obstétricos; exame físico geral e ginecológico; fazer avaliação nutricional, conhecer hábitos e vícios; verificar a vacinação e solicitar exames direcionados aos possíveis riscos.

Nos antecedentes pessoais é importante investigar todas as doenças anteriores, infecções, cirurgias prévias e fator Rh. A história das gestações anteriores e de fundamental importância, pois pode prever riscos na próxima gestação.

O risco gestacional é avaliado pela ocorrência de doenças ou circunstâncias divididas em grupos: doenças que podem comprometer as trocas materno-fetais, causar crescimento fetal inadequado, afetar a vitalidade fetal e a sobrevivência materna. Exemplos: diabetes, pré-eclâmpsia, eclampsia, hipertensão crônica, cardiopatias rotura (ruptura) prematura de membranas pré-termo, hemorragias no 3o trimestre da gravidez, gemelaridade, isoimunização, infecções congênitas como sífilis, rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose e outras.

Doenças sobrepostas à gravidez e que podem ter sua evolução agravada por esta ou vice-versa. Exemplos: colagenosas (doenças do tecido conjuntivo como, por exemplo, lúpus eritematosos e esclerodermia, tuberculose, psicopatias, endocrinopatias (doenças das glândulas endócrinas, nefropatias (doenças dos rins) hepatite, neuropatias (doenças dos nervos), câncer, doenças genéticas, vasculopatias e outras.

Condições obstétricas, ginecológicas e sociais que acompanham maior morbidade (chance de surgir doença) materno-infantil. Exemplos: abortamentos anteriores, cesáreas prévias, miomas, endometriose, síndrome de ovários policísticos sobre estas doenças, recém-nascido de baixo peso, rotura (ruptura) prematura de membranas antes da 34ª semana de gestação.

Existem exames que ajudam a saber se a gravidez é de alto risco?

Exames de preconcepção devem ser realizados nos casais que pretendem ter uma gravidez saudável. É importante rastrear infecções por meio de exames específicos para: sífilis, rubéola, toxoplasmose, HIV HPV hepatite B e C, Clamídia, Cordnerello, Entomoebo hystolitico, além de hemograma, glicemia, exame de prevenção de câncer de colo uterino; rastreamento de ginecopatias como: miomas, endometriose, síndrome de ovários micro policísticos (ovários com múltiplos cistos de pequeno tamanho), malformações uterinas, distúrbios hormonais, entre outras. O rastreamento será feito pelo médico, avaliando a necessidade de exames complementares.

Dependendo da doença prévia da qual a paciente é portadora, ela deverá realizar exames específicos para avaliar se a doença está estável ou compensada. Durante a gravidez, o seguimento cuidadoso do pré-natal permite ao obstetra definir se a gestação e ou não de alto risco, pois, mesmo não existindo doenças prévias, o desenvolvimento da gestação poderá caracterizá-la como sendo de alto risco.

Como prevenir a gravidez de alto risco?

A mulher deverá ser orientada a programar a gestação na consulta de preconcepção, quando serão avaliados o risco gestacional e a liberação oportuna para a gravidez, tanto do ponto de vista medico, como social. O controle de doenças prévias e prevenção de outras são procedimentos fundamentais nesse momento. Após identificar os fatores de risco de uma gestante, o médico deve minimizá-los e/ou preveni-los, por meio de programas de educação para a gestante de alto risco, que têm por objetivo informar a paciente sobre a gestação, o parto e puerpério, e a sua doença.

O programa também deverá abordar cuidados sobre higiene, vestimenta, atividade (tzz) Obstetrícia sexual, alimentação, desenvolvimento da gravidez, amamentação e atividade física; verificar a aceitação da gravidez e o apoio da família, orientar sobre os cuidados com o recém-nascido, as expectativas em relação ao parto e à criança e informar sobre as condições de eventual insucesso.

Também deve orientar sobre a dieta adequada, com base no estado nutricional da paciente ou em doenças associadas, como hipertensão ou diabetes e introduzir ácido fólico para a prevenção de malformações do tubo neural fetal.

A paciente não deve ingerir carne crua ou malpassada, deve lavar adequadamente frutas e verduras, e não manipular terra sem luvas. As mulheres suscetíveis à toxoplasmose não devem ter contato com fezes de animais. Todas as gestantes devem abolir o tabagismo, álcool e as drogas lícitas e ilícitas.

No caso de pacientes que utilizam medicamentos para tratamento de patologias especificas, e preciso avaliar o risco/ benefício da droga em questão; de preferência, a paciente deverá engravidar quando a doença estiver bem controlada e receber informações de todas as complicações que possa eventualmente ter, para preveni-las ou amenizá-las.

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CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.

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