Função renal

Como é a anatomia renal?

O homem tem 2 rins, situados na parte posterior do abdome, 1 de cada lado, mais ou menos na altura do umbigo, só que nas costas. Cada rim tem aproximadamente 10 cm, e sua função primordial é filtrar o sangue para deixá-lo livre de impurezas, como ureia e creatinina, bem como eliminar o excesso de água que é ingerido. Essas impurezas são originadas pelo metabolismo de cada célula do organismo, e devem ser continuamente eliminadas, do contrário, uma série de problemas ocorrerá, podendo inclusive, levar à morte.

Um rim que funcione, normalmente, produzirá pelo menos 1 litro de urina por dia, que será excretada pelos ureteres até a bexiga, onde ficará armazenada até que a pessoa urine.

O processo de filtragem realizado pelos rins é feito por minúsculas estruturas renais, chamadas glomérulos, e depois de feita a filtragem inicial, o produto cai num sistema de túbulos (são os chamados túbulos renais) onde tem continuidade um processo ativo de eliminação de certas substâncias, bem como de reabsorção de outras. Toda esta estrutura é denominada néfron e um rim é composto de, aproximadamente, 1 milhão de néfrons. O detalhamento é importante porque, quando os glomérulos estão doentes, estas doenças são denominadas glomerulonefrites e quando os túbulos estão acometidos, temos a necrose tubular aguda, capítulos importantes da nefrologia.

Como o médico detecta algum problema renal?

Creatinina e ureia são produtos principalmente do metabolismo muscular e dos alimentos que ingerimos para obter energia e substrato para o funcionamento de nossas células. Rins normais têm a capacidade de excretar creatinina na urina de modo contínuo. Como a creatinina é produzida continuamente, quando dosada no sangue, é identificada em valores que se consideram normal. Com a deterioração da função renal, há um comprometimento na excreção de creatinina, entre outras substâncias, e o seu nível sanguíneo fica elevado. O mesmo fenômeno ocorre com os níveis de ureia, que é um produto do metabolismo das proteínas e é considerada também escória.

As dosagens de ureia e creatinina são muito úteis para que o nefrologista possa diagnosticar e acompanhar os pacientes com insuficiência renal, contudo, não são exames muito sensíveis, particularmente naqueles indivíduos em fases iniciais de insuficiência renal. Para estes casos, o exame chamado depuração da creatinina (ou clarance de creatinina) é muito mais sensível, além de ser mais preciso na avaliação da função renal. É realizado pela coleta de uma amostra de sangue, bem como pela coleta de urina, por um período de 12 ou 24 horas. Tanto na amostra de urina como de sangue é feita a dosagem de creatinina para que se obtenha o valor da depuração.

Urina I ou sedimento urinário é o exame que analisa vários parâmetros em uma amostra isolada da urina. Os dados mais utilizados são o pH e densidade urinários, presença ou não da urina, de proteínas, de sangue (eritrócitos) e de glóbulos brancos (leucócitos).

Em condições normais, os rins não permitem a excreção de proteínas pela urina. A perda de qualquer quantidade de proteína na urina é patológica e merece elucidação diagnóstica. Quando a perda proteína é maior que 200 mg por 1 (litro), o exame de urina comum (urina tipo I ou sedimento urinário) é capaz de identificá-la. Quando a perda proteica é menor, é necessário que se faça exames específicos, denominados microalbuminúria que deve ser utilizado em pacientes com suspeita de doença renal secundária ao diabetes.

A ultrassonografia dos rins e das vias urinárias é um dos exames de imagem mais utilizados em nefrologia, contudo, dependendo do caso, podem ser úteis também a tomografia, ressonância magnética e mapeamento renal, entre outros.

A biópsia renal consiste na retirada de um pequeno fragmento do rim (menor que 1 cm), geralmente por punção com agulha própria, para análise o tecido renal. É muito útil, principalmente para se fazer o diagnóstico das glomerulonefrites.

Quais são os sintomas de uma doença renal?

As doenças renais podem ser totalmente assintomáticas, mesmo que o indivíduo apresenta perda de sangue na urina, pressão alta e insuficiência renal.

Quando ocorrem manifestações clínicas, é correto dividi-las em manifestações decorrentes da doença renal, manifestações secundárias e alguma doença que está também comprometendo o funcionamento renal como, por exemplo, diabetes melito, hepatite B, hepatite C, insuficiência cardíaca, lúpus, prostatismo, infecção urinária, entre tantas outras.

As manifestações clínicas relacionadas diretamente à doença renal podem incluir inchaço, falta de ar, cansaço, palpitações, cefaleia, náuseas, vômitos, palidez cutânea e nictúria.

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CRM-SP 43163

É conhecido também como médico da família. Formado em 1981, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concluindo residência dois anos depois, em 1983. Desde então, atua como clínico geral no Hospital Sírio Libanês, além de atender também em sua clínica privada.

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